sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

No silêncio da reflexão





Fatos não podem
ser forçados,
mas uma gota
do meu sangue
abstrato
é derramada
em cada uma
das letras esvaídas
na minha palavra escrita

Não escrevo
para agradar ninguém,
apenas para expressar
o que sinto
Na precariedade
dos meus versos,
não minto e
é isso que me convém

Abutres,
corvos,
urubus e todos
os pássaros
malditos
estão a
me contemplar

Devo parecer
um bom banquete,
mas caso um deles
ouse se aproximar
levará uma bala
no meio da testa

Ouço uma pergunta
dando círculos
pela estrada:
"- Onde estão seus amigos?"
Nada digo.
São as vozes
das mulheres louva-a-deus
que devoram o macho
Os bons morreram,
estão longe
ou muito ocupados
para escutar desabafos

A ética embrionária
passeando
na minha cabeça
é ferida pela
indiferença

No silêncio,
eu oro e
insulto,
para comungar
por trás da fumaça
do cigarro.

Um comentário:

  1. momento tenso esse....
    eu tb quando penso (praticamente o tempo todo) passo por reflexões parecidas, parece fácil, mas sabemos que não é...
    obs. add seu novo espaço nos favoritos dos meus, gostei muito do visual desse.
    abraço

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