quinta-feira, 14 de maio de 2009

Soneto Cangaceiro



Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião do brilho morticínio
Comandou muitos cabras da peste, almas sem coração
E desmoralizou a macacada da volante policial no sertão
Esfregando nas regras da justiça as alpercatas do latrocínio

Foi do Padinho Ciço que veio a patente da guarda nacional
Pra enfrentar a Coluna Prestes no grande território cearense
Só resolveu fazer melhor uso da regalia de bom penitente
Pra amedrontar quem quer que fosse à ponta fria do punhal

Parecia dar ordem e lapada até na vegetação inclemente
Espalhou reinado escabroso na seca de sol incandescente
Acobertado pelos coiteiros que enchiam suas cartucheiras

O Capitão fazia explodir no céu a munição do rifle potente
Amava Maria que era mulher bonita e de sangue quente
Vaidoso para se deixar filmar e fotografar com sua cabroeira.

Um comentário:

  1. como diz Lenine: "Lá no sertão cabra macho não ajoelha..."
    perfeito soneto!!
    abração

    ResponderExcluir