quinta-feira, 19 de maio de 2011

Carta a Clara (faraway, so close)




Clara,
até mesmo eu,
que mal falo a língua dos homens,
que desconheço a língua dos anjos ,
“não esqueço, o que
de fato teve seu começo,
numa festa de São João”.

Ali,
no big bang dos teus olhos
que transgressoramente
explodiram a ironia dos meus,
nasceu desmedido
e indomável,
subvertendo a razão.

Então soou sobre
o asfalto, dentro e
fora da cidade,
por dias e noites ,
nos acordes da música cinza
dos romances proibidos
que murmuram em
portas e janelas,
derrubando altares e calendários.

Mesmo “sem retrato
e sem bilhete,
sem luar, sem violão”.
O meu último desejo
é que não esqueças,
que esse amor de Pierrot,
permanecerá em mim,
aqui, ali e
aonde quer que eu vá.

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