domingo, 8 de março de 2009

Tarde fria de verão


Improvisava vaporoso frio junino
naquele verão cinza de janeiro,
em que o sol se evadia
por trás da visualidade nevoenta
Eu procurava atribuir imagens
naquelas espessuras de chuva
Enxergava figuras calmas, angelicais,
melancólicas... Multiformes
“Quantas vidas um homem pode ter numa única existência?”
Perguntava-me, tropeçando
em minúsculos grãos de areia
Aquela imagem ainda tatuada
nas minhas retinas dilatadas
aquela voz ainda tabelava
em todos os lados dos meus tímpanos
Caía a chuva esparsa que escorria
abundantemente em minha face
Já que não conseguia chorar,
as nuvens faziam isso por mim.

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