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E são crianças
indesejadas
Mal nascidas,
quase abortadas
Embolando na
periferia
Crescem brincando
com armas
Metralhadoras,
pistolas
engatilhadas
Comendo e
cheirando farinha
Perigosas crias
da má-sorte
Acendendo bagulho e
apagando luzes
Pequenos arautos
da morte
Não existe
piedade,
na cartilha da Lei
do mais forte
Criados para
sorrir ao matar
Tirando vidas e
perdendo as vidas
Morrendo para enfeitar
o jardim das cruzes.
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